23 outubro 2006

Se posso obter obstáculos na jornada e ter macetes para enfrentá-los, prefiro ter duas vidas e poder agir conforme decisões errôneas.


Para quem ainda não conhece, essa é Brasília, a capital nacional, no coração das neves deste Brasil. Ainda não decidiram quem vai habitar o pódio dos altos planos, mas tive a possibilidade de salvar essa fotografia, retirada das comodidades de uma viagem, reinventada após algumas semanas, onde efetivou-se o descarte ideológico do desapego. Procuravam-me para manter a limpeza de facas, mas projetos tiveram que ser anulados pois os cortes cresciam, as feridas não reparavam e as mãos tremiam. Evitei evoluir, numa política sedentária e opressora, acanhada por ser tão vulnerável, então pão e circo me engoliram, deixando os avessos protegidos. Um caminho livre movimentou-se,, duas vírgulas impediram a paixão esclarecida anunciar-se amorosa, enquanto tumultos medianos arranhavam as costelas buscando sons de harpa angelical. Desobstruí um pote de mel, mergulhei-o na traquéia e gritei com os bronquílos para que o quociente de catarro fosse expelido em troca da absorção de invalidez e de fim ativo. Pára. Encruzilhada voraz, encontro-te e felicito: parabéns pela nova companhia. À companhia, toque melodia alegre, esbraveje pudores, saia dos fundilhos e suspenda especulações ou pretensas altitudes. Mas dedique vapores de sulfúrico veneno numa dança imprópria, por entre e dentro, e onde mais, ontem vejo, da pureza envólucra, natureza morta e sorridente, numerada para moradia passageira, passada a carvão, assada no carvão, moralizando Moraes, homem fino e culto, curto e grosso. Pesque duas sementes e pague os herdeiros pela falta de isenção póstuma e carcerária. Saiam com esvoaçadas nuvens cintilantes, radiando éter e erradicando polén. Produza sarjetas e vasculhe as valas comuns, tente e provoque perfeição extasiante, aguarde salivas quebrantes sobre o monótono linguajar e guarde afeição e ciúmes para outra vida.
Neuro Flor Nomes

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